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Escapadinha em Sintra



Em Dezembro de 2020, enquanto a nossa filha visitava os avós, aproveitamos para fazer uma pequena "escapadinha" em Sintra. Embora as nossas viagens em família tenham sempre o propósito de fazer reconhecimentos para futuros programas da Quimera, desta vez fomos só mesmo passear e como fomos sem a nossa filha, até foi mais relaxado... mas com algumas aventuras!


Reservamos o nosso alojamento no Chalet Relógio, uma antiga mansão histórica desenhada pelo arquitecto Luigi Manini, hoje foi convertida numa Guesthouse com vista para a Serra da Sintra e Castelo dos Mouros.


Quando chegamos a Sintra de comboio atravessamos o centro histórico, admirando as luzes de Natal, os monumentos iluminados e a atmosfera de mistério de Sintra, e depois subimos a pé mais cerca de 700m pela estrada da Pena, de noite, até encontramos o Chalet. Era o dia de solstício de Inverno, a noite mais longa do ano, e no céu estava a acontecer um importante fenómeno astronómico, a "Estrela de Belém", em que dois grandes planetas - Júpiter e Saturno - estavam em conjunção. Infelizmente, o céu estava demasiado nublado para se poder observar.


Apesar de ser época baixa, as ruas de Sintra estavam estranhamente vazias, a maioria dos restaurantes fechados, alguns Tuk Tuk ainda tentavam encontrar clientes, os autocarros vazios e a fazerem o serviço de táxi para os poucos turistas que iam visitar os monumentos. Em suma, o turismo à espera de melhor dias pós Covid 19.


Tapada de Monserrate e Trilho do Monge


No dia seguinte fomos fazer uma caminhada pela Tapada de Monserrate até ao Convento dos Capuchos e depois fazer a ligação com o PR1 SNT - Trilho do Monge.


O autocarro 435 da Scotturb, que faz o circuito Estação - Regaleira - Monserrate - Colares - Estação, ia vazio e deixou-nos junto ao Palácio de Monserrate, onde iniciamos a nossa caminhada na zona do parque de merendas. Encontramos várias lagoas, que abastecem as cascatas do Jardim do Palácio de Monserrate e que são um habitat para várias espécies, tendo sido recentemente alvo de uma intervenção para controlo de espécies invasoras. A floresta, em pleno coração do Parque Natural de Sintra-Cascais, costumava ser o abrigo de algumas espécies de fauna emblemáticas como o corço, o lobo e o urso, que aqui eram caçados num passado recente. Hoje em dia podemos encontrar apenas as esculturas destes grande mamíferos.



Chegados ao Convento dos Capuchos iniciamos o Trilho do Monge com uma subida até ao monumento da Memória dos Soldados, local onde 25 soldados perderam a vida no combate ao grande incêndio de 1966.

Neste caminho passamos por zonas povoadas por exóticas invasoras, como a árvore-do-incenso, e que são o principal problema ecológico do parque. Felizmente também passamos por zonas de grande beleza e magia, como são exemplo as matas de cedros do Buçaco.

Subimos depois ao 3º ponto mais alto de toda a Serra de Sintra, com 491m de altura, onde se encontra um vértice geodésico e o Tholos do Monge. O Tholos do Monge é uma antiga sepultura coletiva, construída no período Calcolítico. Dentro da ruína de forma circular e formada por pedras, foram encontrados vários despojos que confirmam a importância desta construção.

Continuamos a nossa caminhada até chegarmos a um ponto onde se avista o oceano. Aí regressamos de novo até ao Convento dos Capuchos, o qual fomos visitar.





Convento dos Capuchos


Este convento, pertencente à Ordem Franciscana, contrasta com outros exuberantes monumentos de Sintra, pela sua simplicidade e ausência de luxo. Ficamos impressionados com o tamanho tão pequeno das celas do dormitório. Mas esta pobreza de construção é compensada pelo misticismo da natureza circundante, que se funde com a própria construção. O bosque primitivo foi mantido intacto até hoje.

Aconselhamos uma visita a este Convento para explorar os seus recantos, como o Terreiro das Cruzes, o Claustro ou a Capela da Crucificação.


Até aqui tínhamos seguido no nosso GPS um percurso que, no regresso, passava pela Quinta das Sequóias e Quintinha de Monserrate. No entanto o GPS decidiu avariar e tivemos que tentar encontrar o mesmo caminho que tínhamos seguido no início. O que ficou por explorar fica para uma próxima visita! A nossa estadia foi curta desta vez, mas ficamos com vontade de regressar.




Algumas curiosidades sobre a Serra de Sintra

  • A Serra de Sintra é rica em minas de água, que ao descerem as encostas da serra vão ser recolhidas pela Ribeira de Colares.

  • A Serra é formada por um maciço eruptivo com abundância de granitos, sienitos, gabros e dioritos.

  • O clima é caracterizado por temperaturas mais baixas e precipitação mais elevada que nas regiões circundantes devido à proximidade do oceano, ao relevo e à densa vegetação.

  • A agricultura, a procura de lenha, a exploração da madeira e a construção naval contribuíram para uma profunda desarborização da serra em meados do séc. XVIII. A partir do século XIX, o repovoamento florestal e a transformação das propriedades agrícolas da encosta norte, em matas de lazer e parques românticos, fruto do fascínio pela flora vinda de todo o mundo, criou uma paisagem requintada.






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